Tempo

o anseio do mistério sem nome, ter o eterno e sentir sua ausência
lança-nos ao dissabor da falência
paradoxo brutal que a fé consome
o que nos prende a tal absurda fome?
a distorção da natural essência
do tempo vítima, sem existência
serve ao desejo sem ter quem o dome
mas a graça única do Cordeiro
que a altivez humana ao pó reduz
uniu-nos com o tempo verdadeiro
pois antes mesmo da formação da luz
a salvar o destino derradeiro
fez-se o brado: Haja CRUZ!
E houve cruz…

Poema do CD 2009 de Felipe Valente

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