Sobre a Verdade e a Mentira




Primeiro de Abril.
Dia da Mentira. Aliás, dia internacional da Mentira.
Em países de língua inglesa, é conhecido como April Fool's Day (Dia dos Tolos).
As páginas de artistas e sites de notícias da internet pregam peças nos seus leitores.
Pessoas pregam peças umas nas outras.
Em resumo, as pessoas contam "mentirinhas brancas" para entrar no clima.


Existem diversos tipos de mentira. Existe o horroroso termo que usei acima - mentira branca - que designa mentiras que aparentemente são benéficas em algum sentido.
Existem as mentirinhas do dia a dia, as mentiras graves e há quem considere certos tipos de omissão como mentira.
No senso comum, todos mentem e mais do que isso: mentir além de normal, é inevitável.
Existem dicas para ser um bom mentiroso. Uma das mais óbvias e conhecidas é: nunca conte algo que é completamente mentira. Mentiras devem ser verossímeis, portanto conte uma "meia verdade", assim você mesmo poderá acreditar na sua mentira, consequentemente os outros também vão.

As boas mentiras são assim: nunca são completamente mentira, e obviamente sempre parecem verdades quando bem contadas.
A primeira mentira registrada na Bíblia é registrada em Gênesis 3:1 e foi contada por uma serpente falante, que é identificada em Apocalipse 12 como "o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo", e este é o mesmo Diabo identificado em João 8 como o "Pai da Mentira".
E a mentira contada por ele no Éden era uma mentira bem contada.
Ele pergunta à Eva "É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?" quando sabia que Deus tinha dito na verdade "De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gênesis 2:16-17).

O objetivo da mentira era enganar. Mas ele não queria convencê-la inicialmente através de argumentos rebuscados. Ele fez uma coisa muito mais eficiente: Lançou a dúvida no coração de Eva e logo depois simplesmente lançou-lhe uma afirmação categórica "Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal." (Gênesis 3:4-5)

E aí está o cerne de toda a mentira contada pela "Antiga Serpente" desde aquele dia até hoje.
Há quem acuse a narrativa de mito. Uma mentira. Há quem diga que é simbólica. Por razões de exegese e hermenêutica, a opção "simbólica" é fora de cogitação.
Mas onde está a mentira?
A narrativa bíblica trata da luta mais básica e clássica da natureza humana. Ela não está preocupada em ser um compêndio científico nem em discutir a existência de Deus ou do Diabo. Aliás, ela foi escrita em grande parte por autores hebreus, cuja cultura era a de aceitar antes para entender depois, obedecer antes para usufruir dos benefícios depois. Uma cultura de fé.

E quando você observa todo o panorama bíblico percebe que os padrões se repetem. Quando você se depara com profecias de Daniel e Apocalipse e faz paralelos com a história geral, percebe os mesmos padrões se repetindo.
A Bíblia declara a Cristo, o próprio Deus encarnado como o único Caminho, Verdade e Vida, e mesmo antes de Cristo, ele era representado como o Cordeiro nos ritos do Santuário vistos no Antigo Testamento, e em todo esse tempo havia uma mensagem nas ordenanças e mandamentos de Deus: "Eu tenho uma solução definitiva para a morte, a morte é consequência do pecado, mas eu vou morrer e ressuscitar para vencê-la".
E a resposta do Inimigo é sempre a mesma: "Não há jeito pra isso, você pode ser seu próprio Deus, pode decidir por si mesmo o que é o bem e o que é o mal, a morte é natural, você pode aceitá-la... Posso até dar um jeito de você pensar que ela continua de inúmeras formas depois".

E durante toda a história da Terra, desde Eva até aqui, a mentira é exatamente a mesma. Sempre adaptada às culturas e tendências. Mas a mesma: Você não vai morrer, muito pelo contrário, vai ser como Deus. Eterno - seja em suas ideias, seu legado ou sua alma. Você decide o bem e o mal, não Deus.

Exatamente por isso, para que pudéssemos escolher como Eva escolheu, Deus se desfez de toda e qualquer acusação feita contra Ele ao se despir de qualquer coisa que nossa mente cheia de mentiras pudesse interpretar como máscaras e desceu à Terra para mostrar-se exatamente como Ele é, quem Ele é. Amor, Justiça. Pai. Não pai da mentira, mas nosso Pai, em todos os bons sentidos da palavra. Não só o Pai da Verdade como a definição de Verdade - tudo o que é contrário a Ele é ilusão, mentira e/ou pecado.

Ele fez isso para mostrar que o salário do pecado é a morte SIM! Mas que a morte pode ser vencida por Ele, que é a Vida. E você pode novamente escolher.
Afinal, você vai acreditar no Pai da Mentira, que usa de todos os artifícios possíveis para te convencer de que você não precisa do seu Criador?
Ou vai crer nAquele que, sem máscaras, sem discursos vazios ou esperteza, simplesmente se expôs a todo Universo para que todos vissem que tudo o que Ele oferece - Amor, Misericórdia, Justiça - , Ele é?

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