O Diabo NÃO é o Pai do Rock...

Hoje é dia do Rock. Já fiz três posts especiais no blog e não posso deixar de fazer este ano.
Pra quem está chegando de supetão, seguem os links dos textos:
1 – A História que Ninguém Contou (um texto genial do Ariovaldo Jr.)
2 – O Rock da Salvação
3 – Rock de Crente (Indico esse pra quem gosta de rock cristão e também pra quem não gosta, pra dar uma olhada na lista de letras geniais que esses caras fazem)
Mas vamos ao que interessa:
Nada na música tem uma origem tão definida assim.
Sabemos o básico e temos uma ideia de onde todas as coisas surgiram. Temos canções milenares que sobreviveram mesmo após a “limpa” que a igreja medieval fez nos arquivos musicais da humanidade, e temos coisas perdidas que nunca conheceremos.

Alguns dizem que rock é do diabo, há quem diga que rock e heavy metal foram criações de grandes nomes do estilo. Foi Raul Seixas quem disse que o diabo é o pai do rock. As pessoas que usam essa frase como justificativa ou não acreditam em Deus e no diabo ou acreditam que o próprio Raul era “encapetado”. Eu prefiro acreditar na Bíblia que diz que na verdade o diabo é o pai da mentira (João 8:44).
Se for pra citar um cantor secular famoso e doidão eu prefiro citar – com ressalvas, reservas e adaptações – Zeca Baleiro que diz que o Diabo faz cover (eu substituiria por paródias maldosas) da música celestial na famigerada música “Heavy Metal do Senhor”.
Mas pergunto, o que temos de referência musical?
Existem várias questões envolvidas nessa discussão.
Se unirmos o pensamento cultural ao pensamento espiritual, deveríamos parar e refletir que na verdade a música cristã chegar a estilos musicais fora do que é erudito ou gospel, não é uma adaptação do cristianismo à cultura e sim da cultura ao cristianismo.
Parece à primeira lida que não faz diferença, mas faz sim muita. Não vou falar aqui sobre música, cultura e cristianismo. Sobre isso falarei mais tarde no CriStividade.
Quero falar sobre o que é de Deus, o que é de seu inimigo e o que cada um deles criou.
A Bíblia nos diz com todas as letras que: "Pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele." (Colossenses 1:16).

Esse verso leva muitos a questionarem sobre a existência de coisas ruins no mundo.
Poderia ter Deus criado todas as coisas mesmo? Se ele criou, por que as coisas ruins estão aqui?
A Bíblia narra um conflito em que a lógica é simples, clara e nos leva àquela clássica corrente que diz que “o mal é definido pela ausência de Deus, assim como as trevas são definidas pela ausência de luz e o frio pela ausência de calor”.
As coisas ruins aconteceram todas como consequência do sentimento de auto suficiência.
Lúcifer, quando ainda anjo de luz, alimentou em si o desejo da independência, da glória própria, e quando tentou Eva ofereceu a ela a mesma coisa: Ser como Deus, ser conhecedora do bem e do mal.
O mal porém, sendo definido como “ausência de Deus” (e não como presença do Inimigo, que fique bem claro!), não tinha nada a oferecer a nenhum de nós.
O mal consiste no vazio gigantesco que é deixado quando Deus é expulso de um ambiente ou da mente/coração de um ser humano.
Mas e todas as “personificações” e “materializações” do mal? Há quem diga que Satanás criou estilos musicais, formas de matar e tudo o mais. Sim, ele é inventivo, inspira e sussurra nos ouvidos das pessoas, mas o ser humano herdou a imagem de Deus, a criatividade.
As materializações e personificações do mal que existem são fruto da ausência de Deus unida à criatividade que nos restou da imagem que Ele colocou em nós.
O Diabo não tem o poder criador de Deus. Desde o início suas artimanhas consistiram em cópias descaradas do que ele considerava interessante na natureza divina e em suas criações. Ele nunca quis criar um novo Reino, e nem poderia se quisesse, pois não tem poder para isso. Lúcifer almejava o que era de Deus, o único com REAL poder criativo. Ele desejava profundamente ser semelhante a Deus (Isaías 14: 12 a 14), e mesmo hoje faz questão de se disfarçar de criação divina – anjo de luz, é o termo que a Bíblia usa em 2 Coríntios 11 (e se o que você considera seu deus, ídolo ou religião for azul, vermelho, tiver chifres ou asas, é assim que ele vai se mostrar a você). A especialidade de Satanás não é criar, e sim distorcer, adaptar, dilatar ou contrair. Ou seja, sua especialidade é mentir (coisa na qual ele já colocou tons de cinza, incluindo coisas como meias verdades e verdades relativas). A única coisa da qual o Diabo é pai, é da mentira.
Ok. Já deu pra entender que o mal não cria, assim como o diabo também não cria nada. Nem mesmo nós, seres humanos... Apenas fazemos adaptações confortáveis da realidade que vemos.
Mas quais as implicações disso?
Inúmeras! Porém hoje eu gostaria de destacar uma implicação delicada que tem levado muitos a desacreditarem na Bíblia ou a penderem perigosamente ao farisaísmo religioso: Somos altamente influenciados pela cultura, assim como nossa psique deturpada e distorcida pela natureza pecaminosa quase genética que carregamos desde Adão. Essas influências nos levam a pensar nas coisas com formas bem definidas e fáceis de reconhecer.
Uma maçã vermelha (isso não saiu da bíblia), uma roupa, uma ideologia, uma corrente filosófica, uma legislação, um código, uma música, uma doutrina ou mesmo um estilo musical.
São coisas que nomeamos e assim tornamos fácil demais o reconhecimento do terreno inimigo. Mas tome cuidado, nosso inimigo é mais esperto que nós. Assim como fez aos personagens bíblicos, muitas vezes ele nos diz que algo é bom demais para perdermos, tornando o caminho mais largo. Há também a outra artimanha: ele consegue nos fazer colocar tantas coisas – listas, proibições – no caminho largo que andamos num espaço apertado que parece o caminho estreito, porém é a doce ilusão de que estamos caminhando para a santidade. É hora de pararmos de enumerar o que temos que deixar de fazer para sermos salvos, e começar a pensar em Cristo, que já fez o necessário (e pede de você algo mais difícil do que cumprir regras: pede sua vida inteira).
Nas palavras do que é considerado o pai do rock cristão, Larry Norman:


“Você não pode pegar carona em seu caminho para o céu
O diabo fechou as estradas
Você vive e morre uma só vez, sem
Episódios de reencarnação
Você não pode pedir carona para o céu
Ou chegar lá, mas apenas seja bom
As regras foram estabelecidas há muito tempo
Quando os pregos estavam na madeira” (Forget Your Hexagram)

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