Nossa Sociedade de Baratas

Quem lembra dessa baratinha? rs

Quem nunca ouviu a música da Baratinha? É muito antiga, mas até as crianças de hoje a conhecem, graças à Galinha Pintadinha. (Se você vive em outro mundo, clique aqui para ouvir, o arranjo da Galinha Pintadinha é legal, vai! rs)
É uma cantiga até meio idiota e debochada. Mas escutando-a esses dias para um projeto no qual estou trabalhando, lembrei-me que é uma resposta bem pertinente à nossa cultura de ostentação.
E quando falo de ostentação, não estou falando apenas do funk.
Falo da ostentação virtual de uma vida incrível vista através de lentes de câmeras GoPro e filtros do Instagram, a ostentação de ideologias que parecem nobres e profundas, mas não passam de superficialidade esperta para disfarçar o egoísmo latente do ser humano.



No meio de toda essa ostentação de coisas e ideias, a música da barata me parece cair como uma luva ao dizer que a barata diz que tem, mas é mentira.
Reza uma lenda urbana nerd que as baratas serão as sobreviventes do fim do mundo por sua resistência. Mas não importa o quanto elas sejam “sobreviventes”, junto com essa sobrevivência vem um asco inevitável por parte da maioria dos humanos a toda a sujeira e doença que elas carregam.
Não importa o quanto são rejeitadas, elas fazem questão de tomar qualquer espaço para si e se instalarem ali como se tudo pertencesse a elas.

Vivemos nessa sociedade de “baratas” humanas que ostenta sete saias de filó, mas tem apenas uma, que gaba-se de sua resistência e luta por direitos e pelo próprio espaço, mas carrega tanta podridão dentro de si que já se acostumou à sujeira, e não percebe que, assim como a igreja de Laodicéia no livro de Apocalipse capítulo 3 no verso 17 gaba-se “Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu”.

Talvez seja hora de olharmos para nós mesmos e percebermos o quanto somos frágeis, o quanto nossa humanidade caída nos arrasta para um esgoto de sujeira e nos torna arrogantes o  suficiente para nos acharmos “donos do pedaço”.
Afinal, quando reconhecemos isso e percebemos que precisamos de alguém que recrie em nós um “coração puro e bom” (Salmo 51:10), nós percebemos também que se contentar com a ostentação e a opinião alheia é largar o osso de uma vida plena, de aceitação própria e do outro e uma perspectiva completamente nova de vida.
Até por que as baratas podem até ser resistentes, mas não são imortais. Em Cristo, porém, temos vida eterna.

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