A Morte do “Chaves” e as Chaves da Morte



Hoje conversei muito sobre morte.
Bem antes de ficar sabendo sobre a morte de Roberto Bolaños, o Chespirito, eterno Chaves e Chapolim. Se você é latino americano e assistiu TV na infância, com certeza já viu um episódio de Chaves.
O Brasil principalmente (que há 34 anos assiste o Chaves via SBT), parou hoje com a notícia.
Eu mesmo tenho meu coração apertado enquanto escrevo este texto.
Sites diversos já fizeram suas homenagens e os usuários das redes sociais demonstraram sua tristeza e seu choque.

Mas choque? Ele já não era de idade? Ele já não estava um bocado doente? Não saem sempre notícias fake da morte dele? Então por que a surpresa?

O fato é que, principalmente quando se trata de pessoas que marcaram gerações, sempre é difícil receber a morte. Vivemos proferindo discursos de aceitação do tipo “Todo mundo morre um dia”, “A única certeza que temos nessa vida é a morte”, etc, etc. Mas quando alguém que conhecemos, amamos ou mesmo que seja alguém que não conhecemos pessoalmente, mas que marcou nossa vida morre, sempre sentimos o choque.
Sempre sentimos a tristeza, o aperto da saudade, ainda que seja mais saudade do símbolo do que da pessoa em si, como é o caso de Bolaños.

Ultimamente tenho estado bem sensível em relação ao assunto e mesmo a morte de pessoas que nem conheço me entristece. Aprendi que não fomos feitos pra morrer, aprendi que não importa o que diz o ceticismo, não precisamos aceitar a morte.
Não é natural.
Falamos da morte do “Chaves” e isso me lembrou algo que Jesus disse para João quando apareceu para este em Patmos:

“Não temas; Eu sou o primeiro e o último; E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno.” Apocalipse 1:17-18

O sacrifício de Cristo na cruz não se resume à sua morte. O amor de Deus sempre exigiu a justiça, daí a morte, mas também vem acompanhado de alegria, paz, mansidão... Mais do que uma vida de sacrifícios e perdão de pecados, a vinda de Jesus ao mundo trouxe também ressurreição, vida eterna.

Não importa se alguém se foi. Em Cristo, a pessoa pode acordar do pó um dia – tal qual Lázaro ou a filha de Jairo. Dorme para ressurgir quando aquele que possui as chaves da morte resolver usá-las para estabelecer de uma vez por todas o seu Reino de Vida.

Muitos ainda discutem assuntos teológicos e filosóficos sobre como alcançar tal vida e tal graça. Mas aquele mesmo Chaves que o Roberto Bolaños nos deixou de herança, certa vez nos mostrou através de uma musica bem simples, mas extremamente profunda, o que precisamos fazer para chegar a essa Fonte de Vida Inesgotável que um dia "enxugará dos olhos todo o 'pipipipi' e 'grrrr'".
Termino esse post triste, mas esperançoso de hoje com uma das músicas cristãs de Natal mais simples, sinceras e profundas que já ouvi, e lembre-se enquanto a ouve, que Cristo VIVE, para que mesmo os que morreram, possam viver novamente - Clique aqui e ouça. Tenha em mente que este mesmo Jesus que quer ser seu amigo, tem as chaves da morte. Quem sabe não encontremos novamente o bom humor sempre vivo de Roberto Bolaños?


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