Poesia Divina sobre Ônibus e Lua


Há muita poesia na forma como Deus escreve a maneira como a vida das pessoas vai se cruzar.
Figuras de linguagem, rimas fonéticas, rimas semânticas, e no caso da história da nossa vida, ele coloca rimas narrativas inacreditáveis que nos fazem acreditar cada vez mais nele.
Ontem (24/11/2013) ocorreu algo que eu tive que compartilhar. Daquelas experiências surreais e inacreditáveis que nos deixam com um sorriso na face.

Eu entrei no ônibus procurando um lugar legal pra sentar. Geralmente gosto de sentar nas cadeiras mais altas que ficam em cima das rodas, pois gosto de observar as pessoas e ficar perto da janela.
Sentei-me no banco do lado esquerdo de quem entra e fiz meu ritual: Pegar o fone, desenrolar dele todos os nós que ele faz sozinho, “plugar” no celular e procurar na playlist algo que me satisfaça.
Ontem houve essa pequena dificuldade de achar alguma coisa que eu estivesse a fim de ouvir. Então coloquei uma música do grupo Acappella, “Everybody’s talkin ‘bout heaven”, e comecei a ouvi-la. Não sei por que razão. Fazia tempo que não ouvia Acappella e não estava no clima. Mas coloquei assim mesmo, a música é ótima. E era a ÚNICA música no meu celular que não tapava completamente a minha audição.
Atrás de mim estava sentado um homem conversando interminavelmente no celular. No início peguei fragmentos da conversa, mas meus ouvidos se eriçaram quando ele disse:
-Irmão, tenho que te contar uma experiência que passei e contei pra poucos por que as pessoas achariam que eu estou ficando doido.
Então ele contou. Não convém que eu conte aqui, mas posso dizer que a experiência dele tinha exatamente o mesmo cunho de algumas experiências que vivi recentemente.
Basicamente era algo sobre me sentir sozinho, crendo num Deus amoroso, porém sem sentir sua presença ao meu lado, comigo. No dia em que passei por isso, ele me mostrou João 14, 15 e 16 e também me mostrou a Lua. Não haveria nada de extraordinário nisso se a Lua não parecesse estar no lugar “errado” do céu nesse dia e não fosse um dia chuvoso, com nuvens carregadas cobrindo o céu por completo. Eu tive essa impressão de abraço de Deus através daquela lua iluminando a minha noite escura.
E a experiência que o rapaz contava era tão parecida com essa, que até a Lua estava lá também.
Fiquei encucado e algo começou a me incomodar.
Comecei a pensar que Deus estava querendo que eu puxasse papo com o cara, isso pra mim não seria novidade, sou meio louco e já conversei com estranhos no ônibus. Mas naquele momento achei que seria intromissão em excesso e permaneci calado.
Ele continuou conversando e contou mais algumas coisas da vida dele. Coisas que eu fiquei com vontade de responder, de conversar, de compartilhar com ele as minhas experiências também. Ele pareceu-me um cara de fé, muita fé e que acreditava muito em Deus.
Em dado momento, retirei da mochila a minha meditação, e junto com ela veio um convite da série atual que está acontecendo na minha igreja (uma série de sermões seguindo uma linha de raciocínio dentro de um tema).
E eu, que já estava incomodado, olhei pra cima e disse: “Você tá brincando comigo, né Deus?”
Fiquei com o convite na mão, apreensivo. Não queria entregar, pareceria forçado e louco e ainda me passaria por mal educado por ter ouvido a conversa do cara.
Estávamos chegando no último ponto antes do meu e eu me levantei para dar sinal, como eu costumo fazer. Convite na mão.
A dúvida.
O rapaz havia desligado o telefone e cantarolava uma música sobre a “alegria de Jesus”.
Decidi que não entregaria.
Mas aí o ônibus parou e ficou parado.
Havia um carro na frente dele.
Mais uma vez eu revirei os olhos.
“Sério mesmo, Deus?”
Como se fosse a deixa, o rapaz do ônibus perguntou em voz alta:
-Mas por que parou? O que está acontecendo?
Quase instintivamente eu respondi:
-Acho que é por que Deus queria que eu te entregasse isto.
Estendi o convite.
Ele olhou pra mim e sorriu.
Aquele sorriso do tipo: “Deus de novo falando comigo!”
O ônibus começou a andar na hora.
Eu disse:
-Bem, essa série já está acabando, sábado que vem é o último, mas de qualquer forma tem o endereço da igreja aí.
Ele sorriu de novo, agradeceu, apertou a minha mão.
Foi o tempo para eu descer do ônibus sorrindo como um louco e dizendo pra Deus:
“Cê ta de brincadeira comigo, né Pai? Não, sério mesmo que acabei de passar por isso?”

Eu fui dormir rindo com toda a situação um tanto surreal.
Tudo desde o início contribuiu para que eu estivesse ali, e Deus me trollou até que eu entregasse o convite. Inclusive a rima incrível que Deus preparou sobre nossas experiências extremamente parecidas.
Ainda não sei o que isso reserva para o rapaz do ônibus. Mas Deus o ama de uma forma especial e queria que eu entregasse aquele convite.
Eu sorrio diante da possibilidade de que Deus esteja preparando coisas incríveis tanto pra ele quanto pra mim.


Queria compartilhar isso com vocês para percebermos que somos parte de um plano muito maior do que nós, tão maior que fazemos parte ativa dele e Deus nos ama através das pessoas e as ama através de nós de uma forma tão linda que pensa em todos os mínimos detalhes para que saibamos disso.
A você que acredita nisso como eu, peço oração por esse rapaz. Não tenho certeza a respeito do seu nome (acho que é Maurício). Mas ore por ele, como eu farei, afinal, como diz a versão do Fernandinho de “God of this Country”: “Grandes coisas estão por vir”.
E você, tem deixado Deus escrever a bela poesia dele na sua vida?

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