[Resenha] Banda Identidade



Na era onde o sucesso musical brasileiro se resume a letras profundas como “Tche tche re re tche tche, Gusttavo Lima e você” e “Nossa, Nossa assim você me mata”, não é difícil ter orgulho da música cristã, e eu não falo da música cristã mainstream, por que infelizmente já não podemos mais dizer com segurança que toda música que leva o rótulo de gospel é boa, como antes poderíamos dizer.
Mas abrimos mão da força de expressão pra dizer que damos graças a Deus que existe sim a música cristã de qualidade inquestionável, seja mais alternativa (como o que costumo apresentar aqui, Alforria, PalavrAntiga) ou mais tradicional.
Há também aquela música que, mesmo fugindo do convencional, agrada a gregos e troianos.
E é entre essas que estão dois álbuns que já fazem parte da minha playlist permanentemente, um é o "Nova Criatura" do meu querido e gênio amigo Felipe Anunciação - ainda estou absorvendo seu belíssimo álbum pra que eu possa fazer a próxima resenha sobre ele aqui - e o outro é de uma banda que pertinentemente chama-se “Identidade”.

E já é um presente gigantesco na geração do “Tchu tcha tcha” ouvir os belíssimos versos “Foi olhando para Ti que eu pude perceber que olhando para mim, me fez renascer” numa música escolhida para tocar no rádio!
Fazendo companhia de estilo pros meus já a algum tempo queridos Felipe Valente, André e Tiago Arrais, Vital, Douglas & Marcelle, a banda Identidade traz uma proposta que já existe mas ainda é incomum na cena adventista do sétimo dia brasileira: Uma banda propriamente dita, com pegada de banda, cd de banda e melhor ainda, uma banda realmente cristã (coisa que sempre me empolga, vocês sabem!).
O debut álbum da banda foi gravado tendo como componentes oficiais o Paulo Saavedra, que assume os vocais com muita competência e feeling – e também é responsável pela composição de 9 das 10 músicas, Leandro Coutinho no baixo (responsável pela música que não é do Paulo) e o Pepo Knaak nas guitarras e violão. Williams Mello foi responsável pela batera no cd, mas tive a oportunidade de vê-los ao vivo com o talentoso Romulo Rocha.  A produção foi da Suzanne Hirle, também parceira (e esposa) do Felipe Valente e responsável pelo Vital. Seja no instrumental ou nos vocais, a pegada pop rock não esconde o talento dos caras e minúcia musical, como acontece em várias bandas por aí. Aqui, a musicalidade é fácil de se absorver mas de forma alguma é simplista, o som é muito bem trabalhado e executado. Definitivamente, tem o selo de qualidade "Love, Jesus & Rock'n Soul"!
O álbum começa com a grudenta e linda “Seu Olhar” (Clique aqui pra ouvir) que provavelmente é a que você escutou se escutou apenas uma musica da banda. Amei essa música.
Perguntei ao Paulo – antes de ouvir o cd na íntegra – quais eram suas influências, ele apenas apontou o dedo pra cima. E após ouvir o CD só tive confirmações de que o Grande Maestro o inspirou, assim como fez ao Leandro na belíssima “Consequências”.
Um cd leve e gostoso de ouvir, nada maçante. Quando acaba você diz: “Mas já?”. É um trabalho que agrada realmente a quem gosta de algo mais alternativo mas também não espantará a galera que gosta do mais convencional.
Como a maioria dos álbuns que posto aqui, é um daqueles difíceis de se escolher músicas preferidas mas vou destacar algumas, além das já citadas “Seu Olhar” e “Consequências” (aliás, entre estas, temos aquele refrão incrível de “Motivos”).
Uma das minhas favoritas sem sombra de dúvidas é a genial “Eu Sei”, que já começa cativante com aquela lindíssima e melancólica introdução, e pula pra um refrão incrível. A letra é do jeito que gosto: usa termos coloquiais, sem muito formalismo, pra passar uma mensagem profunda de entrega. Amei.  “Caminho Estreito” vem cativando também com sua pegada boa no melhor estilo “surpresa no refrão”. Entre as duas temos a lindíssima “Depois da Última Canção”... CARA!
Mas não vou resistir, ainda que eu tenha amado MESMO “Filho Pródigo", vou pular pra “Livre”, por que “Livre”.... WOW, man! Tive que perder a compostura de pseudo escritor de resenhas. Aquela letra, aquela música e aqueles vocais! Caramba!
O álbum fecha com chave de ouro e tranquilidade numa linda versão do Salmo 86.
Nada melhor do que iniciar um ministério com um álbum de tamanha qualidade, e nisso a banda Identidade foi abençoadíssima!
A propósito, é preciso destacar que os caras não deixam a desejar nenhum pouco ao vivo: espiritualidade, presença de púlpito, musicalidade (O que foi aquele link entre a clássica "Além do Rio" e "Depois da Última Canção"?). Muito bom!
E depois disso, vocês podem dizer que minha resenha é suspeita se souberem que conheci esses caras e eles são gente finíssima! Mas garanto que não deixei isso influenciar na hora que escutei esse belo trabalho que fizeram!
Até por que, meus caros, sinto lhes informar, Pepo, Paulinho, Chaleira e Romulo, mas vocês são apenas jarros de barro, caras! Isso não vem de vocês, é de Deus! Que Ele os abençoe muito! Clique aqui pra curtir os caras no facebook e acompanhar a agenda e clique aqui para assistir um breve resumo da história e missão da banda.
E você que está lendo e ainda não comprou o CD, tá esperando o que?

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