[Resenha] Weslley Fonseca e sua Voz em Quatro Partes
Para ler ouvindo: Weslley Fonseca Pt. I a IV
Eu conheci Weslley Fonseca em 2013, quando ele ainda cantava no Vocal Livre, mas antes de ouvi-lo solar "Disse Deus".
Ele foi responsável por compor ou escolher uma música que tivesse a ver com a cor verde numa programação que fomos. Ele escolheu uma música que fazia um jogo de palavras com "verde" e "ver de perto". Desde então eu já sabia que o Ash (como eu o conheci - longa história) era ótimo em selecionar repertório. E essa é uma característica essencial de um grande intérprete.
Há uma valorização muito grande (e não sem razão) das pessoas que cantam as próprias músicas. Existe sim um charme particular em alguém cantando composições autorais.
Mas não dá pra tirar a força dos intérpretes.
Grandes intérpretes se apropriam com habilidade de músicas de outras pessoas. "O Bêbado e a Equilibrista", "Como nossos pais" e "Se eu quiser falar com Deus", por exemplo, foram imortalizadas por Elis Regina, que fez suas essas canções do Bosco e Blanc, do Belchior e do Gil, respectivamente.
Dentro do meio cristão há grandes intérpretes como Alessandra Samadello ou Leonardo Gonçalves (que compõe algumas de suas músicas, mas é, em grande parte, mais intérprete do que compositor).
E, apesar de ser claramente suspeito pra falar das habilidades de um amigo que conheço há tanto tempo, eu acho que todo mundo deveria prestar atenção em Weslley Fonseca.
Conhecido inicialmente por seus duetos com Pedro Valença e seu solo marcante na primeira faixa do debut album do Vocal Livre, eu tive a oportunidade de cantar ao lado dele no Coral Unasp - em tempos de Jader Santos e Cleverson Pedro. Weslley chegou a gravar também com o grupo masculino 7MUS e em 2018 começou a lançar seu álbum em quatro partes.
Primeiramente, todos deveriam prestar atenção no Weslley por conta do seu timbre único. Principalmente no meio cristão, é difícil encontrar um grande intérprete, consagrado, que não seja tenor. Há nomes fortes, como a voz poderosa do Fernando Iglesias. Mas ainda assim é difícil. Weslley é um barítono que chega para se destacar com seu timbre característico que pode ser reconhecido em qualquer música, desde Disse Deus do Vocal Livre até Amanhã, da última parte do seu álbum, além de sua expressividade que também é única.
Em segundo lugar, Weslley, além de intérprete musical, é comunicador formado em duas áreas ("Publicidade e Propaganda" e "Rádio e TV"). E como comunicador ele está ligado nas tendências atuais do mercado fonográfico e escolheu uma excelente maneira de lançar seu álbum: em quatro partes lançadas ao longo do ano e divididas de forma conceitual, que funcionam como um todo, mas também são unidades temáticas. É como o ciclo de um dia: a parte I é a Manhã, a parte II é a Tempestade, em seguida vem o Pôr-do-Sol e o ciclo finaliza com a Noite.
Em terceiro lugar, como já apontado, Weslley Fonseca soube muito bem escolher seu repertório e também suas parcerias. Tendo como parceria na produção compositores já consagrados como Lineu Soares e Pedro Valença, Weslley soube escolher canções que soassem suas em sua voz. Músicas habilidosamente compostas pelos próprios Pedro ("Alguém Melhor" e "Paciência") e Lineu Soares ("Paz só em Jesus" com Valdecir Lima), João Alexandre ("Tudo se Encontra"), Deise Jacinto (que compôs o hit "O Tempo não Para") e também compositores ainda em ascensão, mas talentosíssimos. Esdras Gondim com "Onisciência", Henrique Torres com as belas "Chão" e "Amanhã", Brunno Ramon e a vibe boa e reflexiva de "Entrego Tudo", Tito Santana com as deliciosas "Sol e Vento" e "Irresistível" e a maravilhosa "Tudo o que há de bom em mim" do Raphael Lucas e com participação da bela voz de Juliane Gusmão. Tudo isso com arranjos leves e belos, além de bem feitos.
Essas parcerias formam um conjunto da obra gostoso de se ouvir, fácil de compreender, mas nem por isso menos profundo, com várias canções tocantes e outras para ouvir dirigindo na beira da praia.
A maneira como as faixas foram divididas também foi inteligente. "Manhã" traz as canções de esperança, de reflexão otimista, alto astral que acompanham uma boa meditação matinal. "Tempestade" por sua vez são três canções sobre a tempestade que é ser humano, teimoso, de natureza pecaminosa num mundo que nos joga de um lado para o outro e onde o tempo não para (e eu não consigo decidir qual versão de Paciência eu amo mais, se a do Weslley ou a do Coral Jovem). "Pôr-do-Sol" traz a calmaria e a introspecção pós-tempestade que reflete o que pode ser feito em relação a quem somos. A conclusão, "Noite", fecha o ciclo com uma junção de tudo o que veio antes, da epifania de "Tudo o que há de bom em mim" até o final aberto e esperançoso de "Amanhã", que destaca a certeza que depois da noite, vem ainda outro dia.
E que esse dia toque seu coração, te divirta, te aproxime de Deus e te traga mais álbuns deste jovem grande intérprete que nasce.
Eu conheci Weslley Fonseca em 2013, quando ele ainda cantava no Vocal Livre, mas antes de ouvi-lo solar "Disse Deus".
Ele foi responsável por compor ou escolher uma música que tivesse a ver com a cor verde numa programação que fomos. Ele escolheu uma música que fazia um jogo de palavras com "verde" e "ver de perto". Desde então eu já sabia que o Ash (como eu o conheci - longa história) era ótimo em selecionar repertório. E essa é uma característica essencial de um grande intérprete.
Há uma valorização muito grande (e não sem razão) das pessoas que cantam as próprias músicas. Existe sim um charme particular em alguém cantando composições autorais.
Mas não dá pra tirar a força dos intérpretes.
Grandes intérpretes se apropriam com habilidade de músicas de outras pessoas. "O Bêbado e a Equilibrista", "Como nossos pais" e "Se eu quiser falar com Deus", por exemplo, foram imortalizadas por Elis Regina, que fez suas essas canções do Bosco e Blanc, do Belchior e do Gil, respectivamente.
Dentro do meio cristão há grandes intérpretes como Alessandra Samadello ou Leonardo Gonçalves (que compõe algumas de suas músicas, mas é, em grande parte, mais intérprete do que compositor).
E, apesar de ser claramente suspeito pra falar das habilidades de um amigo que conheço há tanto tempo, eu acho que todo mundo deveria prestar atenção em Weslley Fonseca.
Conhecido inicialmente por seus duetos com Pedro Valença e seu solo marcante na primeira faixa do debut album do Vocal Livre, eu tive a oportunidade de cantar ao lado dele no Coral Unasp - em tempos de Jader Santos e Cleverson Pedro. Weslley chegou a gravar também com o grupo masculino 7MUS e em 2018 começou a lançar seu álbum em quatro partes.
Primeiramente, todos deveriam prestar atenção no Weslley por conta do seu timbre único. Principalmente no meio cristão, é difícil encontrar um grande intérprete, consagrado, que não seja tenor. Há nomes fortes, como a voz poderosa do Fernando Iglesias. Mas ainda assim é difícil. Weslley é um barítono que chega para se destacar com seu timbre característico que pode ser reconhecido em qualquer música, desde Disse Deus do Vocal Livre até Amanhã, da última parte do seu álbum, além de sua expressividade que também é única.
Em segundo lugar, Weslley, além de intérprete musical, é comunicador formado em duas áreas ("Publicidade e Propaganda" e "Rádio e TV"). E como comunicador ele está ligado nas tendências atuais do mercado fonográfico e escolheu uma excelente maneira de lançar seu álbum: em quatro partes lançadas ao longo do ano e divididas de forma conceitual, que funcionam como um todo, mas também são unidades temáticas. É como o ciclo de um dia: a parte I é a Manhã, a parte II é a Tempestade, em seguida vem o Pôr-do-Sol e o ciclo finaliza com a Noite.
Em terceiro lugar, como já apontado, Weslley Fonseca soube muito bem escolher seu repertório e também suas parcerias. Tendo como parceria na produção compositores já consagrados como Lineu Soares e Pedro Valença, Weslley soube escolher canções que soassem suas em sua voz. Músicas habilidosamente compostas pelos próprios Pedro ("Alguém Melhor" e "Paciência") e Lineu Soares ("Paz só em Jesus" com Valdecir Lima), João Alexandre ("Tudo se Encontra"), Deise Jacinto (que compôs o hit "O Tempo não Para") e também compositores ainda em ascensão, mas talentosíssimos. Esdras Gondim com "Onisciência", Henrique Torres com as belas "Chão" e "Amanhã", Brunno Ramon e a vibe boa e reflexiva de "Entrego Tudo", Tito Santana com as deliciosas "Sol e Vento" e "Irresistível" e a maravilhosa "Tudo o que há de bom em mim" do Raphael Lucas e com participação da bela voz de Juliane Gusmão. Tudo isso com arranjos leves e belos, além de bem feitos.
Essas parcerias formam um conjunto da obra gostoso de se ouvir, fácil de compreender, mas nem por isso menos profundo, com várias canções tocantes e outras para ouvir dirigindo na beira da praia.
A maneira como as faixas foram divididas também foi inteligente. "Manhã" traz as canções de esperança, de reflexão otimista, alto astral que acompanham uma boa meditação matinal. "Tempestade" por sua vez são três canções sobre a tempestade que é ser humano, teimoso, de natureza pecaminosa num mundo que nos joga de um lado para o outro e onde o tempo não para (e eu não consigo decidir qual versão de Paciência eu amo mais, se a do Weslley ou a do Coral Jovem). "Pôr-do-Sol" traz a calmaria e a introspecção pós-tempestade que reflete o que pode ser feito em relação a quem somos. A conclusão, "Noite", fecha o ciclo com uma junção de tudo o que veio antes, da epifania de "Tudo o que há de bom em mim" até o final aberto e esperançoso de "Amanhã", que destaca a certeza que depois da noite, vem ainda outro dia.
E que esse dia toque seu coração, te divirta, te aproxime de Deus e te traga mais álbuns deste jovem grande intérprete que nasce.
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