A Tal da Meta Aberta




Num discurso a respeito das vagas do PRONATEC Aprendiz, um dos principais programas de frente do seu governo, Dilma Rousseff, atual presidente do Brasil soltou uma das suas famosas e confusas frases que viram memes na internet:

"Nós não vamos colocar uma meta. Nós vamos deixar uma meta aberta. Quando a gente atingir a meta, nós dobramos a meta. Quando a gente atingir a meta, nós dobramos a meta."

Claro, a frase mesmo dentro do contexto não faz sentido quase nenhum, embora as pessoas que criam os memes e criticam sempre aumentam a falta de sentido dela. Mas meu objetivo aqui não é defender nem acusar a Dilma.
Queria mesmo é falar sobre essa tal dessa meta aberta que, sinto lhes informar, não é exclusividade da Dilma. Não vou falar de metas econômicas ou de dados.
Vou falar de como as pessoas vivem.



Como já cansei de acusar por aqui, alguns conceitos hoje são tão gerais que estão presentes mesmo em estilos de vida completamente opostos: individualismo extremo, hedonismo enrustido, relativismo exacerbado, dentre outras coisas.
A valorização do bem estar próprio, do "estar bem consigo mesmo a qualquer custo", do se aceitar como é, do ser o que se sente.
Hoje também é comum as pessoas procurarem a religião com a qual se sentem confortáveis, criar novas nomeclaturas para o que eles acham que são - caso não se encaixe em nenhuma já preexistente. As pessoas não querem saber de rótulos, o que no geral é uma coisa boa, mas também não querem saber de dar satisfação da própria vida por que elas só vivem em comunidade quando lhes é conveniente.
A verdade só é objetiva enquanto não prejudica seus pontos de vista, então de repente ela se torna relativa. Acabam todos nessa onda de "deixa a vida me levar". Mesmo sem querer.

Até mesmo quem estabelece objetivos para a própria vida as vezes estabelece objetivos rasos. "Vou me formar e me casar". "Vou viajar muito". "Vou curtir a vida adoidado". "Vou ser rico". "Vou viver de mochila". "Vou ter filhos". "Vou viver pra mim". Ok e depois o quê?

As pessoas demoraram séculos para se libertarem da prisão religiosa que lhes foi imposta na Idade Média para cair na "Era da Razão" e quando se desencantaram com ela, resolveram jogar tudo pro alto e dizer que cada um faz da sua vida o que quer, por que temos muito pouco tempo pra viver.

Sério? É sério que as pessoas se libertaram das opressões da religião sem alma e da razão sem sentimentos para desejar viver o aqui e o agora e depois morrer? Simplesmente morrer? Como se não houvesse nenhuma alternativa?
E ainda anunciam isso com um orgulho tremendo!
"Eu decidi que vou curtir a vida como se não houvesse amanhã!"

Acontece, meus caros, que o amanhã existe. Não só o amanhã, como as pessoas que você ama, as pessoas que você não ama, mas são afetadas por suas decisões. Não só as pessoas, como também existe um Deus que te criou com objetivos específicos. Criou para que você tivesse vida e vida em abundância, não essa vida mais ou menos que a gente leva aqui, sem qualidade e satisfação plena.
Existe também o amor de Deus que é o suficiente para fazer com que você o aceite maravilhado ou o rejeite com todas as forças e sinta-se mal por isso. Assim como existe também a justiça divina, que pode parecer tardar as vezes, mas tenha certeza que virá no final.

Não importa qual seja sua meta: ganhar dinheiro, ser feliz com família e amigos, viajar o mundo, curtir a vida adoidado ou simplesmente ficar deitado assistindo séries. Qualquer uma dessas coisas é pensamento minúsculo perto do que Deus tem preparado pra você. Qualquer uma dessas coisas se torna ridícula diante da satisfação plena da alma que é se deixar ser o que Deus te criou pra ser.
Aí alguém vai virar e falar assim: "Eu não acho isso e não quero fazer isso!"

Parabéns! Deus te deu livre arbítrio pra isso. Mas você não achar que seja verdade e não querer fazer, não significa que não seja verdade. É muita prepotência dos seres humanos pós-modernos acharem que podem criar ou escolher uma verdade para si mesmos baseados em suas próprias ideias e nas ideias de outros seres humanos tão falhos quanto eles.
É um pensamento muito pequeno desejar prosperidade num mundo onde a morte é um inimigo final invencível, onde ela não consegue deixar de assustar nem mesmo os mais bem resolvidos em relação a ela. Desejar construir uma vida passageira num mundo que transpira maldade, repleto de dor, violência e saudade. Coisas que não são apenas reflexo da sociedade. São parte da nossa natureza que só pode ser transformada pelo que morreu para nos dar vida nova e nova mente.

Claro que na política não dá para aceitar que os governantes vivam sem meta e como cidadãos, independente da nossa cosmovisão, devemos ver isso com olhos críticos. Mas em se tratando de vida em geral, não venham falar mal da frase da Dilma como se não vivêssemos com uma "meta aberta", como se não vivêssemos procurando qualquer coisa que nos satisfaça mas não nos tire da nossa zona de conforto. Como se não fôssemos viciados na "meta aberta" do prazer que sempre que atinge um ápice, dobra a sua meta e procuramos algo que nos dê ainda mais prazer do que a experiência anterior.
Uma vida hedonista, sem Deus. Uma vida sem sentido e sem propósito.

Acredite, viver assim não te torna uma pessoa melhor do que nossos governantes duvidosos.

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