Maçãs ao Invés de Bananas: #SomosTodosHumanos

É incrível a capacidade que as pessoas têm de se desviar do que realmente importa.
Eu particularmente curti bastante a reação do jogador Daniel Alves de comer a banana jogada a ele como um ato de racismo, chamando-o de macaco. É esse tipo de reação despreocupada e segura – e não o coitadismo – que se espera de alguém que realmente não é escravo do preconceito.
O problema, a meu ver, é o que aconteceu depois.

Após uma foto no instagram de outro jogador, Neymar, com seu filho comendo banana e a hashtag #SomosTodosMacacos, parece que todas as celebridades – e seus fãs – resolveram transformar a reação inteligente do Daniel Alves numa imensa campanha que me parece mais pró-evolucionista do que anti racista disfarçada de movimento social de massa (campanha aliás que já serviu de propaganda para a CineArt divulgar o filme Planeta dos Macacos, pro Luciano Huck – o segundo conhecido a aderir ao “movimento” – vender camisas e pra Nextel ganhar um monte de compartilhamentos).   

Enquanto a maioria entrou na onda, alguns se indignaram.
Quanto a mim, tenho algo a dizer: Falem por si, eu não sou um macaco.
Aliás, sem nenhum desprezo aos amiguinhos macacos, além de não me considerar um macaco, eu sequer creio que tenhamos vindo de um ascendente primata.
Sou criacionista, tanto por questões científicas que não vêm ao caso, quanto por questões teológicas (que podemos tratar depois, já adiantando que sim, é teologicamente e biblicamente incorreto casar o relato o Gênesis com evolucionismo) e ideológicas.

Sim eu acredito que, mesmo com nossas personalidades distintas, individualidade e diferenças, somos todos iguais. Mas não por sermos todos macacos, e sim por sermos todos extremamente humanos.
Um ateu argumentaria sobre origens e graus de parentesco biológico.
Mas um cristão que crê na Bíblia sabe que o que nos torna iguais é o grande paradoxo do Grande Conflito entre o bem personificado em Deus e o mal representado pela ausência dEle.

Somos todos descendentes de Adão  e Eva, carregando como natureza terrena o título de pecadores. O pecado não é um vírus presente em nosso sangue, mas é uma condição que vem conosco desde o ventre, a condição de separação de Deus.
Muitos pensam que somos pecadores por que pecamos, quando na verdade pecamos por sermos pecadores.
“Todos pecaram e carecem da glória de Deus” já dizia Paulo em Romanos.
Até aí tudo bem, assumir nossa condição de pecado não nos deixa num patamar tão melhor assim do que o dos macacos, uma vez que o pecado em nós praticamente invalida nossa racionalidade “emburrecida” por más escolhas.

Mas existe algo que nos diferencia de forma gigantesca dos primatas engraçadinhos: Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, descendentes de um homem e uma mulher moldados pelas mãos dEle, que os fez pensando em cada um dos humanos que viveram e vivem desde então até hoje.
Fomos violentamente separados do Criador pelo ato de independência de Eva ao comer daquele fruto (teria sido uma banana?).
E aí que entra a outra diferença elementar entre nós e os macacos: O Criador se “diminuiu” ao nível de criatura para fazer com que a humanidade fosse elevada novamente à Sua Imagem e Semelhança.

O Inimigo de Deus odeia quem nós somos e odeia quem Deus é em nós, por isso, desde o dia da queda no Éden, a sua tentação sempre termina em descaracterizar quem fomos criados pra ser.
Por isso eu não tenho medo de errar ao dizer que o que nos faz iguais é exatamente o que temos de diferentes dos macacos: a graça, que é oferecida apenas aos humanos, mas a TODOS os humanos: negros ou brancos, ricos ou pobres, heterossexuais ou homossexuais, capitalistas ou socialistas, corruptos ou corretos, criminosos ou vítimas, homens ou mulheres, velhos e crianças.

O amor incondicional de Deus por todos nós, quem quer que sejamos, é o que nos faz iguais.

Por isso, se fosse tirar uma foto para uma campanha de igualdade na internet, eu escolheria uma maçã, que é erroneamente associada ao fruto proibido, mas que certamente passaria o recado que eu gostaria de dar: #SomosTodosHumanos #SomosTodosPecadores #SomosTodosSalvosPelaGraça