O Riso de Sara
Para Ler Ouvindo: I Am Mountain (Gungor), Mary Did You Know (Pentatonix), We Three Kings (Tenth Avenue North), Holy, Holy, Holy (Sufjan Stevens)
Ao chamar Abrão no capítulo 12, Deus promete que faria dele "uma grande nação" (v.2) e nele seriam benditas "todas as famílias da terra" (v.3).
Em Gênesis 13, ao chegar em Canaã, Abrão recebe de Deus uma ampliação da promessa: Agora não só a Terra de Canaã pertenceria à sua descendência, como sua semente seria como o "pó da terra" (v.16).
Apenas no capítulo 15, Abrão finalmente traz á tona a tensão: "SENHOR Deus, que me haverás de dar, se continuo sem filhos [...]? (15:2).
Dessa vez, Deus promete que a sua descendência será como as estrelas do céu e Abrão, mesmo diante de todas as impossibilidades, crê e isso lhe atribui justiça (v. 6). Então Deus mesmo oferece a Abrão um ritual formal de aliança, como pacto de sangue.
Fica claro, tanto em Gênesis 13:17-18 e 15:13-16, que Abrão peregrinaria pela terra, assim como seus descendentes imediatos, até quatrocentos anos depois, quando todo o povo que se originou da semente de Abrão voltasse a Canaã depois de um tempo de exílio.
Embora a promessa ainda demore a se cumprir, Deus continua mantendo-a diante de Abrão, mesmo quando Sarai invoca o costume do Antigo Oriente Médio e oferece sua serva Agar ao marido para que ele pudesse ter um filho com ela, afinal, a velhice estava chegando para ele e isso tornaria tudo ainda mais impossível.
Nasce então Ismael, mas ainda assim Deus se recusa a confirmar sua aliança com ele. Embora abençoe Ismael ricamente, em sua recusa a torná-lo o filho da aliança, Deus torna clara sua intenção de incluir Sarai na aliança e de tornar evidente sua soberania sobre todas as coisas - inclusive as impossibilidades.
Abrão, Pai de Muitos, ganha um artigo definido em seu nome hebraico e se torna Abraão, Pai de "os" Muitos, pai de muitos específicos, eleitos, escolhidos. E Sarai (minha princesa), deixa de ser princesa apenas de Abrão para se tornar Sara, uma princesa de "muitos". Deus estabelece a ordenança da circuncisão, deixando bem claro que sua aliança não estava segura no órgão sexual e na fisiologia humana, mas na sua Palavra.
Quando Abraão ri diante de sua velhice, Deus lhe diz que seu filho se chamará Isaque (Ele riu), um lembrete de que ele seria o riso de sua velhice. Quando Sara ri, Deus finalmente resolve a tensão e concede a resposta para a impossibilidade diante da promessa: "Acaso para o SENHOR, há coisa demasiadamente difícil?" (Gn 18:14).
Quando Isaque finalmente nasce, Sara diz: "Deus me deu motivo de riso; e todo aquele que ouvir isso vai rir-se juntamente comigo." (Gn 21:6).
O riso de Sara é mais importante do que podemos imaginar numa leitura superficial da Bíblia.
Ele foi um eco da esperança de Eva, que tinha de Deus a promessa de que sua descendência esmagaria a cabeça da Serpente, derrotando o pecado. Ela esperara que aquilo se cumprisse em Caim ou Abel, mas se cumpriu na descendência de Sete.
O riso de Sara ecoou no canto dos israelitas libertos do Egito, descendentes de Abraão cumpridores da promessa feita a ele em Gênesis 15.
Séculos depois, o riso de Sara ecoou no riso de Isabel, ao perceber que o milagre em seu ventre, outrora estéril, era menor do que o milagre no ventre de sua prima Maria.
O riso de Sara ecoou no cântico de Maria, que viu a semente de Abraão se tornar o fruto de seu ventre, concebido como um milagre ainda maior do que o milagre da concepção de Isaque.
O riso de Sara ecoou no sacrifício tácito de Cristo, que possibilitou que esse eco se estendesse até hoje, pois "...se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa" (Gálatas 3:29).
Abraão creu numa promessa que ele não veria inteiramente cumprida naquele tempo, mas isso não abalou sua fé, "por que aguardava a cidade que tem fundamentos, a qual Deus é o arquiteto e edificador" (Hebreus 11:10).
Todos sabemos que não comemoramos o Natal na data certa. Mas é a data em que todo mundo se lembra do nascimento de Jesus, cumprimento de uma promessa feita a Eva, a Abraão, a Sara, a Maria.
Cumprimento de uma promessa feita pra você.
Em Cristo, você pode, assim como os heróis da fé em Hebreus 11, esperar e aspirar "uma pátria superior, isto é, celestial" (Hb 11:16). Através do nascimento, vida, morte, ressurreição e intercessão de Cristo, você pode ouvir o eco do riso de Sara e rir-se junto com ela, pois você também é herdeiro da promessa.
Não desejo hoje apenas um feliz natal, desejo a você o Riso de Sara e a fé de Abraão.
Devidos créditos: Este texto foi baseado nas minhas aulas de Antigo Testamento I, ministradas pelo Prof. Edson Nunes Jr., sobretudo a primeira parte. As ligações com o riso de Sara foram conclusões que me ocorreram enquanto eu fazia uma de suas provas..
Das dezenas de nomes da descendência de Sem listados em Gênesis 11, Deus escolheu um dos filhos de Tera para estabelecer uma aliança e prometer uma semente.
E Ele escolheu justamente o que se casara com Sarai, que "era estéril, não tinha filhos" (Gênesis 11:30). Ao destacar esse fato, o texto bíblico antecipa uma das maiores tensões - senão a maior - da trajetória de Abrão, cujo nome significava "Pai de Muitos".Ao chamar Abrão no capítulo 12, Deus promete que faria dele "uma grande nação" (v.2) e nele seriam benditas "todas as famílias da terra" (v.3).
Em Gênesis 13, ao chegar em Canaã, Abrão recebe de Deus uma ampliação da promessa: Agora não só a Terra de Canaã pertenceria à sua descendência, como sua semente seria como o "pó da terra" (v.16).
Apenas no capítulo 15, Abrão finalmente traz á tona a tensão: "SENHOR Deus, que me haverás de dar, se continuo sem filhos [...]? (15:2).
Dessa vez, Deus promete que a sua descendência será como as estrelas do céu e Abrão, mesmo diante de todas as impossibilidades, crê e isso lhe atribui justiça (v. 6). Então Deus mesmo oferece a Abrão um ritual formal de aliança, como pacto de sangue.
Fica claro, tanto em Gênesis 13:17-18 e 15:13-16, que Abrão peregrinaria pela terra, assim como seus descendentes imediatos, até quatrocentos anos depois, quando todo o povo que se originou da semente de Abrão voltasse a Canaã depois de um tempo de exílio.
Embora a promessa ainda demore a se cumprir, Deus continua mantendo-a diante de Abrão, mesmo quando Sarai invoca o costume do Antigo Oriente Médio e oferece sua serva Agar ao marido para que ele pudesse ter um filho com ela, afinal, a velhice estava chegando para ele e isso tornaria tudo ainda mais impossível.
Nasce então Ismael, mas ainda assim Deus se recusa a confirmar sua aliança com ele. Embora abençoe Ismael ricamente, em sua recusa a torná-lo o filho da aliança, Deus torna clara sua intenção de incluir Sarai na aliança e de tornar evidente sua soberania sobre todas as coisas - inclusive as impossibilidades.
Abrão, Pai de Muitos, ganha um artigo definido em seu nome hebraico e se torna Abraão, Pai de "os" Muitos, pai de muitos específicos, eleitos, escolhidos. E Sarai (minha princesa), deixa de ser princesa apenas de Abrão para se tornar Sara, uma princesa de "muitos". Deus estabelece a ordenança da circuncisão, deixando bem claro que sua aliança não estava segura no órgão sexual e na fisiologia humana, mas na sua Palavra.
Quando Abraão ri diante de sua velhice, Deus lhe diz que seu filho se chamará Isaque (Ele riu), um lembrete de que ele seria o riso de sua velhice. Quando Sara ri, Deus finalmente resolve a tensão e concede a resposta para a impossibilidade diante da promessa: "Acaso para o SENHOR, há coisa demasiadamente difícil?" (Gn 18:14).
Quando Isaque finalmente nasce, Sara diz: "Deus me deu motivo de riso; e todo aquele que ouvir isso vai rir-se juntamente comigo." (Gn 21:6).
O riso de Sara é mais importante do que podemos imaginar numa leitura superficial da Bíblia.
Ele foi um eco da esperança de Eva, que tinha de Deus a promessa de que sua descendência esmagaria a cabeça da Serpente, derrotando o pecado. Ela esperara que aquilo se cumprisse em Caim ou Abel, mas se cumpriu na descendência de Sete.
O riso de Sara ecoou no canto dos israelitas libertos do Egito, descendentes de Abraão cumpridores da promessa feita a ele em Gênesis 15.
Séculos depois, o riso de Sara ecoou no riso de Isabel, ao perceber que o milagre em seu ventre, outrora estéril, era menor do que o milagre no ventre de sua prima Maria.
O riso de Sara ecoou no cântico de Maria, que viu a semente de Abraão se tornar o fruto de seu ventre, concebido como um milagre ainda maior do que o milagre da concepção de Isaque.
O riso de Sara ecoou no sacrifício tácito de Cristo, que possibilitou que esse eco se estendesse até hoje, pois "...se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa" (Gálatas 3:29).
Abraão creu numa promessa que ele não veria inteiramente cumprida naquele tempo, mas isso não abalou sua fé, "por que aguardava a cidade que tem fundamentos, a qual Deus é o arquiteto e edificador" (Hebreus 11:10).
Todos sabemos que não comemoramos o Natal na data certa. Mas é a data em que todo mundo se lembra do nascimento de Jesus, cumprimento de uma promessa feita a Eva, a Abraão, a Sara, a Maria.
Cumprimento de uma promessa feita pra você.
Em Cristo, você pode, assim como os heróis da fé em Hebreus 11, esperar e aspirar "uma pátria superior, isto é, celestial" (Hb 11:16). Através do nascimento, vida, morte, ressurreição e intercessão de Cristo, você pode ouvir o eco do riso de Sara e rir-se junto com ela, pois você também é herdeiro da promessa.
Não desejo hoje apenas um feliz natal, desejo a você o Riso de Sara e a fé de Abraão.
Devidos créditos: Este texto foi baseado nas minhas aulas de Antigo Testamento I, ministradas pelo Prof. Edson Nunes Jr., sobretudo a primeira parte. As ligações com o riso de Sara foram conclusões que me ocorreram enquanto eu fazia uma de suas provas..
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