A Verdadeira Cor do Vestido

Para Ler Ouvindo: Mundo Cruel (Lorena Chaves)

Hoje é 27 de Fevereiro de 2015.
Desde ontem, a internet em peso está em polvorosa se perguntando que bruxaria é essa de vestido que muda de cor. Toda a confusão começou quando uma mulher enviou para os amigos a foto do vestido e alguns enxergavam-no azul e preto e outros enxergavam branco e dourado.
E ela pediu ajuda nas redes sociais, e no fim das contas virou um fenômeno virtual. Hoje no refeitório da faculdade, o que mais se via nas mesas era a discussão. Na mesa na qual eu estava, três pessoas enxergavam branco e dourado, mas a maioria - inclusive eu - viu preto e azul.
Claro que os jornais e portais da internet aproveitaram o hype. Se quiser ver duas matérias interessantes com explicações, clique aqui e aqui.
No fim das contas, o fato é que o vestido é azul e preto.
Embora várias pessoas enxerguem branco e dourado, e embora não seja culpa delas que elas enxerguem assim, nada muda o fato do vestido ter sido fabricado azul e preto.

Onde eu quero chegar com isso?
Vivemos num tempo onde cada um tem a sua própria verdade.
É um tempo de liberdade. Claro, a cultura, a sociedade e os governos de cada local influenciam nos limites dessa liberdade, mas ainda assim você pode crer no que quiser, seguir a religião que quiser, crer em Jesus, em Buda, em extraterrestres, criacionismo, evolucionismo, espiritismo, pode fundar igrejas de Jesus Cheiroso e Bob Esponja - alguns são bem vistos na sociedade, outros não, mas você pode.

É uma época em que afirmar que a verdade é relativa é um sinal de sapiência.
Respeitar o quadrado do outro, sem tentar evangelizar ou pregar.
Acontece que existe uma verdade.
Não importa o quão diferentes sejamos, quão diferentemente enxergamos, se estamos em ângulos diferentes, isso não influencia no que o objeto observado realmente é.
Se somos todos cristãos, ou todos ateus, as cosmovisões se alteram de um indivíduo para outro. Acontece que mesmo vista através das nossas cosmovisões, a verdade está fora delas. Além do que podemos enxergar como o todo.

Muitas crenças - não todas - mesmo que assumam certo relativismo, pregam a busca por uma verdade, um objetivo, uma filosofia. Mas é muita pretensão da nossa parte querermos saber a verdade completa, pura e simples, alcançar um nível de sabedoria tão alto que nos tornemos independentes de qualquer coisa além de nós.
Ao mesmo tempo que é muita pretensão nossa assumir que a verdade é relativa por cada um possuir a sua própria verdade. Mas não importa qual das opções escolhemos: seja ela absoluta ou relativa, não somos donos da verdade, não temos uma verdade que seja intrinsecamente nossa.

Nascemos cegos, surdos e mudos. Não temos noção da cor de um vestido, até que alguém que entenda da fabricação deste, de teoria das cores e métodos científicos nos diga qual é a real cor dele.
O mesmo acontece com a realidade como um todo: não temos condições de julgar a realidade e aceitá-la como verdade ou não, pois não temos uma visão completa dela.
Exatamente por isso que Deus deixou para nós as Escrituras, que dão a visão DELE a respeito da verdade. E mostrou não apenas que ELE é a verdade (João 14:6), como usou e inspirou (2 Timóteo 2:3) homens escolhidos e preenchidos por ELE (1 Coríntios 2:13, II Pedro 1:21) para mostrar que podemos entender e conhecer essa verdade para que sejamos libertos (João 8:32) dos nossos próprios pontos de vista e ídolos de opinião, frutos da distorção que sofremos após a entrada do pecado no mundo.

Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida e não há como enxergar o caminho e a verdade, e nem o verdadeiro sentido da vida sem ele.
E, desculpe-me quem não crê nisso e está lendo o texto, mas tomo a Bíblia como base para uma cosmovisão que não é bem aceita no mundo pós-moderno nem mesmo pelos próprios cristãos, afinal ela vira pra você que teima em ver o vestido é branco e dourado e diz que na verdade é azul.

E admita, nada é mais irritante para o ego do que assumir que estamos errados, mesmo que vejamos o errado como certo.